Pelado, pelado, nu com a mão no bolso
22:02
Desde pequena minha mãe me ensinou que o que as pessoas fazem da vida delas não é problema nosso. Se a pessoa não está fazendo mal à ninguém, pode andar pelada na rua se quiser. Ironia do destino, ou não, ultimamente o pessoal resolver sair peladão na rua aqui por Porto Alegre.
Os motivos que levaram cada um deles a tirar a roupa e sair por aí eu não sei e muito pouco me interessa. Mas gostaria de dizer que, particularmente, não me sinto ofendida pela nudez de ninguém. Veja bem, não vá me interpretar mal, não tenho esse mesmo hábito de sair por aí como vim ao mundo, apenas não vejo problema se alguém o fizer.
Na verdade não sei nem porque andar pelado pode ser considerado atentado ao pudor. Fiquei pensando que crianças poderiam ver aquilo, mas qual o mal nisso? Acho que o mal da nossa sociedade é justamente valorizar demais a nudez e o corpo. Na televisão é se tem cena de sexo é um alvoroço, na rua se alguém sair pelado vira machete, artista que paga peitinho vira capa de revista.
Gente, é um corpo, igual ao seu e ao meu, olhando de uma forma geral. Até essa questão do que é ou não bonito é transitória, há alguns anos a beleza estava naqueles penuzinhos que tentamos queimar na esteira.
Então assim, vamos nos importar menos com o que os outros estão fazendo, sei que é difícil com toda essa história de rede social, mas pelo menos não vamos esquecer das questões que realmente importam, os problemas reais que enfrentamos todos os dias e quem as pessoas são, não como elas são.
Vamos nos preocupar em conhecer as pessoas com quem nos relacionamos, mas de verdade, suas preferências, opiniões, sentimentos, caráter e não se ela está bem arrumada, se a bunda é durinha e o peito está em pé.
Vamos cultuar e valorizar o que realmente importa, o que está por dentro, por trás de todas essa nudez, sei que é piegas, mas isso nunca sai de moda. Nem que pra isso precisemos sair todos peladões, até que o corpo já não importe mais.
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