1 ano

15:52


Uma vez ouvi um psicólogo dizer que demoramos, pelo menos, um ano pra começarmos a superar a perda de alguém. Não que seja automático e que após um ano você esteja totalmente recuperado. Mas é que o primeiro ano é o mais difícil, pois as lembranças recentes nos remetem à pessoa perdida. É no primeiro ano que criam-se novas lembranças. Passamos por todo o ciclo de datas especiais, conquistas, perdas, alegrias e tristezas sem que a pessoa esteja presente.

Criamos novas lembranças, nem melhores e nem piores que as antigas, apenas novas. Que servirão de referência para as próximas. Espero que suas novas lembranças tenham sido boas, mas não tenham apagado o que foi vivido. Minhas novas lembranças servem pra me lembrar de que a vida seguiu adiante. De que o mundo não para pra esperar e que querendo ou não nós seguimos o fluxo. Me mostram que continuo viva e verdadeira. O quanto mudamos e amadurecemos.

Conseguimos sobreviver à ausência e à saudade. Não nos esquecemos, ninguém merece ser esquecido. Apenas não dói mais. A dor dá lugar a um sentimento de conforto. Simplesmente nos conformamos com a situação que não podemos mudar. O carinho, amor, amizade e tudo mais permanece. Mas segue-se em frente. Apagamos todas as coisas ruins e guardamos com o maior carinho as coisas boas, pois são elas que valem a pena.

Já não se pensa mais nos erros, eles foram perdoados, os meus e os seus. Exaltamos os acertos. Já não existem mais questionamentos, dúvidas, nem angústias. As respostas já não importam mais. Só o que fica é sempre aquela saudade, mas aquela saudade gostosa, carinhosa, como quando lembramos da infância. E a certeza de que foi verdadeiro, importante e eterno enquanto durou.

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